Infertilidade masculina
- A infertilidade consiste na incapacidade de alcançar um estado de gravidez, após um período de 12 meses a tentar engravidar e afeta cerca de 186 milhões de pessoas em todo o mundo.
- Grande parte da infertilidade masculina deve-se a problemas relacionados com os espermatozoides.
- Apesar de ser um problema assintomático há vários fatores de risco que podem interferir, entre os quais o excesso de peso, consumo de substâncias nocivas, stress, sedentarismo e exposição a fontes de calor.
- De modo a conseguir diagnosticar a infertilidade são necessários: um exame físico completo; um registo do historial clínico e sexual; análise dos hábitos e ainda vários exames complementares, como o espermograma.
- São vários os tratamentos para a infertilidade, dependendo do diagnóstico, tais como fármacos, técnicas de procriação medicamente assistida ou cirurgia.
O desejo de ser pai pode ser colocado em causa devido a problemas de fertilidade. Anomalias no sémen são a principal causa de infertilidade masculina, mas existem várias soluções para este problema. A farmacologia tem resposta para alguns problemas de fertilidade, mas em alguns casos é necessário recorrer a técnicas de procriação medicamente assistida.
A infertilidade é uma doença do sistema reprodutivo masculino ou feminino definida pela Organização Mundial da Saúde, como a falha em alcançar o estado de gravidez, após 12 meses ou mais de atividade sexual regular sem proteção. Esta pode ser primária caso não haja capacidade de engravidar, ou secundária no caso de não haver essa capacidade após uma gravidez bem-sucedida.
É um problema que se estima afetar 48 milhões de casais em todo mundo e 186 milhões de pessoas. Neste artigo o foco estará na infertilidade masculina. Conheça as suas principais causas, os seus riscos, assim como as soluções existentes.
Principal causa da infertilidade masculina: anomalias no sémen
Há várias causas para a infertilidade masculina. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR), a maioria dos casos deve-se à qualidade do sémen, ou seja, a problemas com os espermatozoides. Estes problemas podem estar relacionados com o número reduzido, a fraca mobilidade, problemas morfológicos que diminuem a sua capacidade de fecundação, ou até com a ausência de espermatozoides, a falta de produção ou obstrução nos testículos. As anomalias podem resultar de fatores genéticos, hormonais, infeções, lesões ou intervenções cirúrgicas no aparelho genital (testículos, zona inguinal).
Infertilidade masculina: sinais de alarme
As anomalias registadas no sémen são assintomáticas. Existem, contudo, fatores de risco que podem interferir na saúde e desempenho dos espermatozoides. Eis os principais:
- Excesso de peso, que afeta a quantidade de espermatozoides e os níveis hormonais (testosterona).
- Diabetes.
- Consumo de bebidas alcoólicas, tabaco, drogas, interferem no número e mobilidade dos espermatozoides. A Universidade de Sheffield, no Reino Unido, apresentou, em 2014, um estudo sobre o impacto do estilo de vida na qualidade do sémen e concluiu que o consumo de cannabis põe em risco a fertilidade ao afetar a morfologia e quantidade de espermatozoides em homens jovens.
- Stress.
- Exposição a metais e substâncias tóxicas, como chumbo ou solventes.
- Sedentarismo.
- Exposição a fontes de calor afeta a qualidade do sémen devido ao aumento de temperatura escrotal.
No entanto, tal como existem vários fatores de risco, podemos promover várias alterações no nosso estilo de vida de modo a prevenir o aparecimento. Cuidados na alimentação, evitando açúcares e gorduras, praticar exercício físico regular, não consumir tabaco, álcool ou outras substâncias tóxicas, utilizar roupas que permitam a ventilação e que não sejam apertadas e manter bons hábitos de sono.
Procurar ajuda especializada
Após um ano de atividade sexual desprotegida (ou seis meses, caso a mulher tenha uma idade igual ou superior a 35 anos), a Associação Portuguesa de Fertilidade (APF) recomenda a consulta de um especialista em Reprodução Medicamente Assistida ao casal a tentar engravidar. O casal deverá informar o médico do seu historial clínico e, por sua vez, este irá consultar os fatores de risco e informar sobre os procedimentos que se podem seguir.
Diagnóstico de infertilidade
A avaliação médica inicia-se com um exame físico completo e registo do historial clínico e sexual dos elementos do casal. Durante a análise devem ser tidos em conta comportamentos nocivos, tais como o tabagismo, o consumo de drogas ou o alcoolismo.
Após a avaliação, vários exames auxiliares são pedidos pelo médico, dentro dos quais, exames ao sangue, à urina, serológicos, mas o principal exame masculino a ser feito é o espermograma, que avalia a concentração, mobilidade, morfologia e resistência dos espermatozoides. É um exame que deverá ser repetido caso os valores estejam alterados, tal como recomendado pela Associação Portuguesa de Urologia (APU). Certas situações requerem ainda um estudo hormonal ou genético. Nos casos em que não estejam presentes espermatozoides no sémen poderá ser necessário realizar uma biópsia testicular para verificar se existe produção de espermatozoides.
Opções terapêuticas para a infertilidade masculina
Depois dos exames e da confirmação de diagnóstico é importante decidir qual o tratamento a seguir.
A farmacologia pode ser a resposta para a correção de desequilíbrios hormonais ou infeções. No entanto, se não resultar poderá ser necessário recorrer a técnicas de procriação medicamente assistida – fertilização in vitro, injeção intracitoplasmática e inseminação intrauterina – permite obter os espermatozoides e proceder à fecundação. Em certos homens a presença de espermatozoides no sémen ejaculado é tão escassa que é necessário recorrer-se à cirurgia para recolha dos espermatozoides diretamente dos testículos.
Além disso, podem ainda existir casos em que o homem é diagnosticado como estéril, não existindo hipótese de reprodução. As únicas opções são a fertilização da mulher com esperma de dador anónimo ou a adoção.
Os problemas na qualidade do sémen são a principal causa de infertilidade masculina e as razões para este problema podem ser várias: genéticas, hormonais, infeções, lesões ou intervenções cirúrgicas no aparelho genital. No caso de tentar conceber há mais de um ano, de forma repetida e desprotegida, sem resultados, deverá consultar um médico para avaliar a situação, visto que existem vários tratamentos para este problema.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
Downloads
Consulte os nossos guias para hábitos saudáveis: