Vírus sincicial respiratório: afinal o que é?
- O vírus sincicial respiratório é, como o nome indica, um vírus responsável por infeções respiratórias.
- Este tipo de vírus é muito comum nesta época e normalmente é facilmente diagnosticado.
- Frequentemente, após a reinfeção, ou seja, depois de se contrair o vírus sincicial respiratório mais do que uma vez, os sintomas tendem a surgir com menos gravidade.
- A maior parte das infeções manifestadas pelo vírus sincicial respiratório desaparecem ao fim de 1 ou 2 semanas.
Apesar de se tratar de um vírus muito comum, o vírus sincicial respiratório tem gerado uma série de internamentos este ano e, por isso, tem captado alguma atenção, especialmente junto de crianças e bebés.
Mas afinal, o que é o vírus sincicial respiratório?
O vírus sincicial respiratório é, como o nome indica, um vírus responsável por infeções respiratórias. Este é muito comum e manifesta sintomas semelhantes aos de constipações, com os surtos a ocorrerem, habitualmente, no inverno e no início da primavera. Apesar de se tratar de um vírus comum, tem captado alguma atenção neste último ano, pois começou a gerar alguns internamentos, principalmente junto de crianças e bebés.
Com todas as regras adotadas com a covid-19 – nomeadamente o isolamento social e a utilização de máscaras – não se manifestaram muitas outras doenças/infeções habituais, o que levou a que vírus como este não tivessem expressão. No entanto, com a volta à normalidade e com a chegada do inverno, começa a surgir a chamada “tripledemia”, causada por vírus respiratórios, como o sincicial respiratório, a covid-19 e a gripe.
Nos últimos tempos, os serviços hospitalares pediátricos têm estado a sofrer algum congestionamento e, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, em Portugal, neste momento, existem mais de 170 crianças internadas e a causa poderá estar exatamente no vírus sincicial respiratório (VSR).
É verdade que o VSR não é uma infeção nova e os sintomas apresentados são muito semelhantes aos de uma constipação normal, no entanto, este tem a capacidade de provocar infeções mais graves – como bronquites ou pneumonias virais – em crianças, pessoas idosas e doentes cardiopulmonares ou com o sistema imunitário mais enfraquecido.
Como acima mencionado, o VSR afeta sobretudo crianças. De facto, quando chegam aos quatro anos de idade, quase todas já terão sido afetadas, muitas no seu primeiro ano de vida, mas a infeção não proporciona imunidade e, por isso, não é anormal que haja uma reinfeção no futuro. Os grupos de crianças mais afetados são recém-nascidos, bebés prematuros e crianças com problemas a nível pulmonar/cardíaco e imunocomprometidas. O VSR é altamente contagioso e transmite-se através do nariz, olhos ou boca, depois de estes entrarem em contacto com alguém ou com algum objeto que contenha o vírus.
Quais são os sintomas?
O período de incubação (tempo decorrido entre a exposição e o aparecimento dos sintomas) do vírus sincicial respiratório varia entre 2 a 8 dias e os sintomas podem ser muito semelhantes aos de outras infeções respiratórias. Estes também podem variar de acordo com outros fatores determinantes, como a idade ou o estado de saúde prévio da criança ou pessoa. Os mais frequentes são:
- Corrimento nasal;
- Perda de apetite;
- Espirros;
- Febre;
- Tosse;
- Dificuldade em respirar ou respiração sibilante (ruídos respiratórios, similares a um assobio, por exemplo).
Nos casos de bebés mais novos, nos seus primeiros meses de vida, o primeiro sintoma do vírus sincicial respiratório poderá ser a existência da interrupção da respiração por breves momentos, denominada de apneia.
Normalmente, após a reinfeção, ou seja, depois de se contrair o VSR mais do que uma vez, os sintomas tendem a surgir com menos gravidade.
Como diagnosticar e tratar este vírus?
Este tipo de vírus é muito comum nesta época e normalmente é facilmente diagnosticado. Não é necessário muito mais do que uma avaliação médica, à exceção de situações em que se procure identificar um surto ou em que o paciente em questão precise de ser hospitalizado. Geralmente, o diagnóstico costuma ser realizado com base no historial clínico do paciente, a auscultação dos pulmões e a colheita de secreções respiratórias (testes rápidos antigénio, testes PCR ou cultura viral), tomando sempre a consideração da época do ano em que o caso ocorra.
A maior parte das infeções manifestadas pelo VSR desaparecem ao fim de 1 ou 2 semanas, pelo que não é exigido nenhum tratamento específico para o alívio dos sintomas, senão os passos que habitualmente são tomados aquando de uma constipação. Aconselha-se, então, gerir a febre de acordo com a recomendação médica (normalmente, gerida através de analgésicos), e beber muitos líquidos, no sentido de evitar a desidratação e ajudar nas secreções geradas.
No entanto, quando acontece o paciente ter de ser internado, o tratamento pode ser feito através da administração de oxigénio – com o objetivo de ajudar no que toca ao alívio da dificuldade respiratória – hidratação endovenosa ou medicamentos.
Não se esqueça que qualquer medicamento, principalmente no que toca a crianças e bebés, deve ser recomendado ou receitado por uma entidade médica, tendo em conta que nem todos os medicamentos são adequados dependendo da idade.
Como prevenir a transmissão do VSR?
Tal como os sintomas semelhantes, a prevenção do vírus sincicial respiratório passa igualmente um pouco pela prevenção feita para outras doenças do trato respiratório:
- Higiene: lavagem frequente das mão e utilização de álcool gel, quando possível.
- Etiqueta respiratória: não tossir para as mãos, cobrir a boca ou/e nariz com um lenço quando se tosse ou espirra, utilizar uma máscara quando se tem sintomas, evitar aglomerações de pessoas, etc.
- Evitar contactos próximos: quando existe a presença de sintomas do vírus sincicial respiratório, o recomendado é que se evite o contacto próximo com outras pessoas, no sentido de as proteger – principalmente crianças e idosos, que têm mais probabilidades de contrair uma infeção grave quando expostos ao VSR.
- Evitar a exposição a fumos, nomeadamente o do tabaco.
Quando se fala em crianças, é completamente normal que a tarefa da etiqueta respiratória seja algo difícil ou complexa, principalmente porque é uma fase em que tudo é novidade e tudo é posto na boca ou próximo da cara, mas não se preocupe. Tente lavar as mãos da criança tanto quanto possível, em casa limpe maioritariamente as superfícies à altura dos pequeninos e tenha atenção reforçada ao contacto próximo existente com outras pessoas. E se, mesmo com os cuidados todos, o contágio acontecer, não se esqueça que é normal crianças ficarem doentes e que este é um vírus comum, que tratado de forma devida, desaparece rapidamente.
Conteúdo revisto
pelo Conselho Científico da AdvanceCare.
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