Beber água é o melhor remédio

Nutrição e Fitness
Última atualização: 28/10/2022

Com os conselhos de Viriato Teixeira, médico especialista em Medicina Geral e Familiar, fique a saber por que é que a ingestão de água durante todo o ano é tão benéfica para a saúde, ajudando inclusive a prevenir doenças.

Quando pensamos em nutrientes, mais facilmente pensamos em proteínas e vitaminas do que em água. No entanto, a água é essencial ao organismo, pela simples razão que ele próprio é constituído maioritariamente por água.

E por que é a água tão vital? O médico de clínica geral Viriato Teixeira resume esses benefícios numa frase: “A água contém nutrientes indispensáveis para o organismo”. E dá boas razões para a sua ingestão, além de matar a sede: diminui a retenção hídrica, aumenta o tamanho dos músculos, mantém a saúde da pele, controla a fome e protege o sistema imunológico de infeções.

A este rol de benefícios podemos adicionar outros: a água protege o coração, previne dores de cabeça e a obstipação, diminui os níveis de fadiga e até ajuda a melhorar a disposição.

Uma mão-cheia de benefícios

Comecemos pela pele, o nosso maior órgão. A água contribui para uma pele mais suave e firme, prevenindo o aparecimento de rugas. Isto não significa que a ingestão de líquidos em excesso seja o segredo para a juventude, mas a verdade é que a água evita que a pele seque, prevenindo o envelhecimento prematuro. É também facilitadora de processos de eliminação de toxinas, associando-se à digestão e à transformação dos alimentos ao longo do sistema digestivo. Daí que lhe possam ser também atribuídas vantagens na prevenção da prisão de ventre — alimentos que contêm fibras também estimulam os movimentos do intestino, mas a água tem, de facto, um grande mérito.

E sabia que as pessoas que passam muito tempo sem beber água têm maior probabilidade de se queixar de dores de cabeça e até de sofrer de enxaquecas? Beber um ou dois copos de água pode melhorar as dores de cabeças associadas à desidratação em cerca de 30 minutos a uma hora.

E as vantagens não terminam por aqui…

O efeito protetor da água estende-se ao coração. De acordo com a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) é possível associar um nível adequado de hidratação — oito copos por dia — à prevenção de ataques cardíacos, com efeitos observados na velocidade das alterações no coração que levam a esta condição médica.

A nossa energia é igualmente afetada pela quantidade de água que consumimos. Ao nível das células, se não houver um equilíbrio adequado entre fluidos e eletrólitos, os músculos não funcionam adequadamente e o resultado pode ser fadiga muscular. Daí que seja tão importante a ingestão de líquidos antes e durante a atividade física, a intervalos regulares e de forma moderada, de modo a compensar os fluidos que se perdem com a transpiração.

Além de todos estes benefícios, a água tem a grande vantagem de não ter calorias — o que significa que não devemos ignorar o seu papel na manutenção de um peso saudável. A água é sempre a melhor opção de bebida e deve ser a regra na nossa alimentação, não a exceção.

Essencial para o bom funcionamento dos rins

Os rins são o órgão mais diretamente envolvido na função que a água desempenha no organismo. Por exemplo, recebem informação por parte do cérebro de que os fluidos em circulação são insuficientes e começam a limitar a eliminação de água — explicando a urina menos frequente e mais escura, que é típica da desidratação.

Além disso, quando há menos água, os rins têm maior dificuldade em desempenhar de forma eficaz a eliminação de resíduos presentes no sangue, como a ureia, que é solúvel em água e expelida através da urina.

Podemos facilitar o trabalho dos rins pela ingestão frequente de água: deste modo, a urina flui sem dificuldade, tem uma cor clara e pouco ou nenhum odor. Quando não bebemos líquidos suficientes, os rins capturam toda a água de que necessitam, o que gera um desequilíbrio hídrico: os resíduos acumulam-se e podem formar-se cálculos renais, aquilo que conhecemos como pedra nos rins.

Uma questão de equilíbrio

Na verdade, trata-se de uma questão de equilíbrio e de compensação: é que precisamos de substituir a quantidade de fluidos que perdemos diariamente, através de funções tão básicas como a respiração e a transpiração, mas também através da urina e das fezes.

Se perdermos mais líquidos do que aquilo que ingerimos, estamos em risco de desidratação. E o corpo dá sinais quando estamos a passar este limite, como explica Viriato Teixeira: sabemos que estamos hidratados se não tivermos cansaço, desmaios, tonturas, sede, urina escura, urina com pouca frequência e pele seca. Estes são, pois, sinais de desidratação. E as consequências, como refere o médico, podem ser várias: desde um acidente vascular cerebral  (AVC), hidrocefalia, lesão ou tumor do hipotálamo, entre outras.

Quando e quanta água devemos beber?

Há pessoas que bebem água com naturalidade e com regularidade, não precisando sequer que a sede aperte. Mas há também quem não sinta sede, podendo passar horas e horas sem beber água. Até que a secura da pele ou a urina mais escura funcionam como alerta…

Mas, afinal, quanta água se deve beber? Viriato Teixeira reforça que a quantidade que devemos consumir diariamente deve ser aquela que é necessária para manter o volume de água corporal estável. E, embora não haja propriamente uma medida, as recomendações clínicas vão no sentido de se beber entre litro e meio a dois litros por dia, sendo que esta quantidade deve ser revista — isto é, aumentada — em situações de maior esforço do organismo, logo de maior gasto hídrico: o que acontece quando se pratica exercício físico intenso, em climas quentes ou em grandes altitudes.

Alternativas à água

Outras bebidas como chás e infusões ou sumos de fruta podem ser alternativas, o mesmo acontecendo com as sopas. E há alimentos que são igualmente uma boa fonte de hidratação: é o caso dos legumes e da fruta, em particular o melão e a melancia.

O que é preciso é manter-se hidratado. E lembrar-se das funções que a água desempenha pode ser um bom estímulo: a água e demais fluidos do organismo estão envolvidos na digestão, na absorção e no transporte dos nutrientes, na circulação do sangue, na formação da saliva, na manutenção da temperatura corporal.

A pergunta impõe-se: já bebeu água hoje?

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pelo Conselho Científico da AdvanceCare.

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