Prevenção e educação para a saúde nas infeções sexualmente transmissíveis

As infeções sexualmente transmissíveis (ISTs), anteriormente designadas por doenças sexualmente transmissíveis, são doenças infeciosas que se transmitem através do contato sexual com um parceiro infetado, provocadas por bactérias, vírus e parasitas que estão no sangue, sémen e outros líquidos corporais ou à superfície, na pele e mucosas da zona genital. A gonorreia, clamídia, sífilis, VIH/SIDA ou hepatite B são algumas das infeções sexualmente transmissíveis mais comuns.

Estas doenças infeciosas são frequentes e constituem um problema de saúde pública, pelas doenças que provocam e pelas complicações que podem ocasionar. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os dias há mais de 1 milhão de contágios de infeções sexualmente transmissíveis e a cada ano, estima-se que ocorram 374 milhões de novas infeções com 1 de 4 ISTs curáveis: clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.

Na maior parte dos casos, as infeções sexualmente transmissíveis são assintomáticas, não apresentam sintomas durante meses ou até anos. As pessoas não se apercebem que estão infetadas, pois sentem-se saudáveis, e podem transmitir as infeções aos seus parceiros sem terem conhecimento da situação.

Estas infeções podem ter implicações graves na saúde e qualidade de vida a longo prazo, pois podem aumentar o risco de cancro do colo do útero, infertilidade, aborto, entre outras consequências.

A prevenção e a deteção precoce são a melhor forma de evitar complicações de saúde mais graves.

Como se transmitem e quem pode ser infetado?

As ISTs são transmitidas durante as relações sexuais, e algumas, como o herpes genital e o Vírus do Papiloma Humano (HPV), também se transmitem por contacto pele com pele.

A transmissão é facilitada quando as relações não são protegidas com o uso de preservativo e quando se têm vários parceiros sexuais ao longo do tempo. Qualquer pessoa sexualmente ativa, seja homem ou mulher, pode ser infetada por uma ou mais doenças sexualmente transmissíveis.

Importância do Planeamento Familiar

O planeamento familiar é uma forma de assegurar que as pessoas têm acesso a informação, a métodos de contraceção eficazes e seguros, a serviços de saúde que contribuem para a vivência da sexualidade de forma segura e saudável.

A consulta de Planeamento Familiar inclui ainda outras atividades de promoção da saúde, tais como informação e aconselhamento sexual, prevenção e diagnóstico precoce das ISTs, do cancro do colo do útero e da mama, prestação de cuidados pré-concecionais e no puerpério, prevenção do tabagismo e do uso de drogas. Estas consultas são gratuitas, sendo possível marcar num Centro de Saúde na área de residência de cada pessoa.

Educação para a sexualidade

A educação sexual em meio escolar tem caráter obrigatório e destina-se a todos os alunos que frequentam estabelecimentos de ensino básico e secundário da rede escolar pública. A escola, em articulação com as famílias, tem um papel importante a cumprir na formação dos jovens, contribuindo para:

• A aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de atitudes e comportamentos na área da saúde sexual com vista a uma vida saudável e equilibrada;
• A melhoria dos relacionamentos afetivo-sexuais entre os jovens e os seus pares;
• A prevenção de possíveis ocorrências negativas decorrentes de comportamentos sexuais, como gravidez precoce e infeções sexualmente transmissíveis;
• A tomada de decisões de forma informada e consciente na esfera da vida sexual.

Rastreios e controlo de ISTs

Para diagnosticar e tratar precocemente as ISTs e evitar o contágio, é essencial manter o seguimento médico regular, habitualmente em medicina geral e familiar, ginecologia ou urologia.>.

A maioria dos rastreios de ISTs é feito através de uma análise de sangue ou de urina. Outros rastreios podem ser pedidos pelos médicos de acordo com o género, idade, atividade sexual e historial de cada paciente.

As análises para o diagnóstico ou rastreio das ISTs são fáceis, seguras e confidenciais.

Existem ainda os testes rápidos do Serviço Nacional de Saúde que permitem a deteção de anticorpos com posterior acompanhamento e encaminhamento para consulta hospitalar, se se verificar necessário..

As ISTs são um problema atual que afeta cada vez mais as faixas etárias mais jovens. A prevenção passa pela modificação de comportamentos, bem como a realização de exames de rastreio, uma vez que, a maior parte das ISTs são assintomáticas.

Procurar informação e promover a proteção pessoal é essencial para relacionamentos sexuais conscientes, saudáveis e seguros.